A compreensão Absoluta

Ouça o áudio do livro:

Wu-Hsin-A-Compreensão-Absoluta

0:00

Ouça Wu Hsin e não sua mente. Aqui admitimos a distinção entre o que é e o que parece ser, e assim aceitamos a nossa imaginação como realidade.

Tudo o que é necessário é abandonar as crenças errôneas. Palavras não são fatos, mas apenas ideias sobre fatos, o que Wu Hsin aponta é entrar em contato direto com a própria realidade, sem permitir a intervenção do seu sistema de crenças. Então não interrompa, olhe a situação de uma forma diferente e isso, para que possamos perceber o que realmente importa.

É irrelevante se você concorda ou não com o que será dito, a verdade não exige a sua concordância, apenas o seu reconhecimento. Você é atemporal, infinitamente presente, aqui e agora. Pode parecer uma conquista, mas não é.

Você não ganha nada, apenas perde. Não há nada para aprender; no entanto, há muito para desaprender. É preciso muita paciência para entender e discernir isso.

É um longo processo de “desaprendizado”, até que o discernimento aparece, num instante, e quando aparece é impronunciável. Estas instruções não levarão você a lugar nenhum. Eles apenas levam você de volta ao lugar de onde você nunca saiu.

Em resumo, o ensino aborda estes três aspectos: Primeiro, no nível fenomênico, quando deixamos de resistir ao que é e nos harmonizamos com o que é, alcançamos um estado de clareza.

Em segundo lugar, à medida que a visão clara se aprofunda, surge a compreensão de que ninguém está a fazer nada, e que só existe Um, a fazer tudo, através dos muitos e diversos fenómenos que servem como instrumentos. Terceiro, o “eu” aparentemente separado é um mal-entendido criado pela mente, que divide tudo em um sujeito (eu) e um objeto (o mundo fora desse eu).

Esta aparente dualidade, esta sensação de estar separado e distante, é a causa base da infelicidade. Na contemplação da fonte de tudo, do estado natural que existe antes de qualquer manifestação, o indivíduo, o “eu”, é finalmente visto como um objeto. O regresso à unidade nada mais é do que o fim desta divisão.

Todo homem nasce duas vezes. Primeiro surge no ventre da mãe, depois a noção de “eu”.

Então começa o problema. Pais, professores e sociedade induziram esse transe chamado “eu”. Para ser claro, desafie e investigue sua realidade.

A cognição direta está disponível, aqui e agora. Deixe-me acender uma grande fogueira e alimentá-lo com todos os conceitos, julgamentos e ideias. Assim que o fogo os queimar, o mundo será visto como um lugar perfeito.

Aqui está a absoluta simplicidade da pergunta: na ausência de identificação com alguma coisa, quem é você? Existe um conceito central sobre o qual todo o resto é construído. Esse conceito central é o “eu”, a noção de uma identidade distinta que se destaca do mundo.

Somente quando isso é visto como falso é que o que é verdadeiro pode brilhar. A chegada da clareza é a perda daquilo que você nunca teve. O passo final em uma jornada espiritual é perder-se.

Confie que o que o trouxe até aqui também o levará lá. Tudo o que existe é consciência. A consciência é tudo que existe.

Na ausência de consciência, o que existe? Todas as manifestações aparecem e desaparecem na consciência. A consciência é a pré-condição para toda percepção.

Tudo o que é percebido é percebido pela consciência como um objeto de consciência. consciência, incluindo aquele que percebe. Entende isso.

E então, vá cultivar suas cenouras. Pensar cria mais problemas do que resolve. Lutar com a mente é fortalecer a mente.

Ver através da mente, o que está diante dela, é retirar todo o seu poder. O fluxo da mente é um fluxo contínuo. Querer parar é como querer enterrar a própria sombra.

O objetivo, portanto, não é parar de pensar, mas parar de pensar. Identificação com pensamentos. Os pensamentos se intrometem como convidados indesejados em uma festa.

Ignorados e desnutridos, eles vão embora. Tentar compreender a unidade é tão fútil quanto tentar beber com os ouvidos. Usar a mente para tentar chegar ao entendimento final é como contratar um ladrão para proteger uma casa de outros ladrões.

Você não sabe o que é bom. Você só sabe o que é bom para você. Tudo isso, porém, é relativo.

O que é bom para você pode ser ruim para mim. O que é bom para você hoje pode ser ruim para você amanhã. Não seria melhor deixar o julgamento para os tolos?

A estratégia de buscar uma posição vantajosa na vida é fonte de tristeza. Você não é o personagem principal desta peça; você é um dos muitos personagens. Cada um tem um papel a desempenhar.

Nenhum ator pode mudar seu papel no palco, de acordo com suas preferências. Porquê perpetuar uma ilusão procurando controlar alguma coisa? Eu rio quando ouço você falar sobre seus planos.

Tudo o que pode ser ganho também pode ser perdido. Somente o eterno é para sempre. Esta compreensão é o primeiro passo para a unidade que é, que sempre foi e sempre será.

O que a laranjeira precisa fazer para que as laranjas cresçam? O que o céu precisa fazer para ser azul? O que é natural não requer estudo ou prática.

Alguém estuda como dormir? Para alcançar o que é natural, basta remover o que não é natural. O fruto contém a semente que contém o fruto.

Apenas sentado; sem rumo; sem horário; sem forma e sem intencionalidade a semente abre-se no fruto. Apenas sentado. Os homens ficam tão fascinados pela árvore que esqueceram a semente, a origem da árvore.

Acreditar ser o que vai e vem é uma grande loucura. Acreditar que o que é transitório pode levar ao que é permanente é decepcionar. O que vai e vem é apenas uma aparência.

Aquilo que percebe todas as idas e vindas é a única substância. Bebendo este elixir, a vida é reconhecida como eterna. A saída é o caminho de volta.

Volta a atenção para aquilo de onde surgiu o infinito. Olhe bem dentro de você e tente se encontrar. O fracasso que se segue é o verdadeiro avanço.

Como a luz pode encontrar a escuridão? A escuridão é apenas a ausência de luz. Como alguém pode encontrar sua origem?

A origem só é revelada através da sua própria ausência. A sombra não pode existir sem a substância, mas a sombra não é a substância. Como pode o mundo existir para você se você não está presente para percebê-lo?

A criação de distinções surge do ciclo de prazer e dor. Quando tudo é aceito com equanimidade, a quietude é estabelecida. Todos os conflitos entre amigos, amantes, famílias e reinos começam como um só.

conflito interno. Libertar-se do conflito é libertar o mundo do conflito. O passado é apenas uma memória.

O futuro é apenas uma esperança. Tudo o que existe é este momento. Somente este momento é eterno e real, todo o resto é mente.

Por que você reclama da escuridão se há velas apagadas ao lado da cama? É bem simples: saiba o que você não é, veja tudo o que você não é. O que resta é o que sempre foi.

Vários métodos levam você a se sentir mais confortável. Mas é só isso. Aquele que está confortável em sua prisão não pode ser libertado por ninguém.

Nada o tira da prisão porque ele é a própria prisão. Quando as sandálias forem confortáveis, sente-se descalço. Quando o manto está confortável, ele fica nu.

Todo desconforto é um pedido de atenção. Preste atenção ao que você é, não ao que parece ser. Esta é a chave que abre a porta.

Meu método não tem método. Você só precisa parar, parar de se apegar, parar de planejar, parar de orar, parar de olhar, parar de analisar, parar todas as suas estratégias e finalmente parar para dar aos seus pensamentos o poder de definir quem você é. Não há nada a ser feito.

Não há ninguém para fazer. Ver com clareza é um acontecimento impessoal que ocorre na ausência de quem o vê. pretendo ver claramente.

Na verdade, é aquele que pretende ver claramente que é o maior impedimento para ver claramente. Ninguém é humilde, só existe humildade. Ninguém é compassivo, só existe compaixão.

Remover aquele revela aquele. Se você soubesse que isso era apenas um sonho, alguma outra coisa realmente importaria? A cada segundo você tem a chance de se desvencilhar desse encantamento com a sua história de vida; sendo assim capaz de entrar no reino da paz completa.

O que você está esperando? Participar de debates é alimentar a mente. Ele prefere privá-la de comida até que ela morra de fome.

Quem morre quando o corpo morre? O que morre quando o corpo morre? Todos os indivíduos morrem.

Somente aqueles que não são mais indivíduos vivem eternamente. Alcançar a imortalidade é fácil. Apenas deixa de lado a propriedade do corpo e da mente, permanecendo enraizado no que existia antes do seu aparecimento.

Basta parar de se ver no mundo para ver o mundo em si mesmo. Aprofundar é a única saída. Não há para onde ir, tudo o que existe está aqui.

Quando não há mais objetivos, o objetivo é alcançado. Para alcançar a compreensão, o foco deve estar menos no que é e mais no que não é. Quando todas as nuvens desaparecem, o sol se revela em todo o seu esplendor.

Isso leva tudo embora até que tudo o que resta seja só você. Então retire-se também e a morada da felicidade será revelada. A chave para a felicidade é simplesmente abandonar o que não é essencial.

Quietude, sonho, despertar; esta é a roda gigante. Quando o conhecedor destes três é conhecido, o grande portão se abre. Qualquer despertar para a verdade é um processo intuitivo e espontâneo.

Não há nada a ser feito. É da natureza da chama queimar. É da natureza da mariposa voar em direção à luz.

Quando a mariposa é destruída pela chama, a culpa pode ser da mariposa? O mundo é apenas uma interação de opostos; um e muitos, cheios e vazios, indo e vindo. Esse fluxo continua.

Aquele que não é afetado pelo fluxo é aquele que o aceitou. Quão diferente é o mundo quando o indivíduo identificado está ausente. Uma vez claramente compreendida a função de perceber, a noção de dentro e de fora desaparece.

Mas como descrever uma cor para um homem cego de nascença? Por que tantas palavras? Deixe a quietude falar e todas as perguntas serão respondidas.

As ideias distorcem a experiência. Quem está vazio de ideias experimenta a vida em toda a sua plenitude. Ignorante é aquele que ignora o essencial.

Conhecer o céu, a terra e as coisas, mas não conhecer a si mesmo, é a maior ignorância. Desperte deste transe ou permaneça enterrado vivo. Aceitar que a neve é ​​branca, os corvos são pretos, os verões são quentes e que o inverno é frio, é o cerne da compreensão de tudo o que existe.

Não é o extraordinário que precisa de atenção, mas o comum. Os pensamentos vêm, a chaleira apita e a resposta é a mesma para ambos. Nomear é construir uma cerca entre o nomeado e o nomear.

Toda vida se torna pura quando o comentário mental é removido. Então a xícara de chá se transforma em um momento sagrado. Um cachorro não sabe que é um cachorro, apenas sabe que é.

Se ao menos o homem pudesse ter tanta sorte. É fácil se perder na imaginação. Mais difícil é enraizar-se no que é.

A beleza da música é sentida, não analisada. Segure uma única nota por mais um segundo e a melodia se perderá. A vida real é o que acontece quando ninguém está tentando dirigi-lo.

Toda arte é criada na ausência do artista. O fim da infelicidade ocorre na ausência de quem está infeliz. Você é o único obstáculo.

O caminho além de você é através de você. O que pode existir sem você? Responda isso e todas as outras perguntas estarão feitas.

Assim como a pele é a fronteira fisiológica, o pensamento é a fronteira intelectual. Ir além desses limites é a porta para uma vastidão além da compreensão. Todos os problemas são criados pela mente e relacionados ao corpo.

Na ausência de ambos, onde estão os problemas? O tolo nega a existência daquilo que não consegue imaginar. O sábio nega a existência daquilo que imagina.

Ver a utilidade em tudo é conhecimento. Ver a inutilidade em tudo é sabedoria. Os segredos para viver são estes: Primeiro; o passado não pode ser melhorado; reconheça o que foi e siga em frente.

Segundo; o futuro não pode ser moldado; então por que se preocupar? Por último; nada pode ser controlado, nem o passado, nem o futuro, nem o presente. Aceite este momento como ele é.

Ao honrar estes três segredos, vive-se sem algemas. Debaixo de uma rocha sempre há escuridão, não importa o quão forte o sol brilhe. Ver corretamente é apenas sair da rocha da identificação pessoal.

A totalidade é simplesmente a percepção da inexistência das partes. O fim da ilusão é o fim do “eu”. Você não pode existir sem ilusão; pois “ser você” é a própria ilusão.

O contato real é feito quando não há pessoa, nem personalidade, nem indivíduo para conhecer. Além das mentiras conhecidas está o reino da descoberta sem fim. Para que a percepção floresça, não é o que você faz que importa.

O que importa é o que você deixa de fazer. Passar de um vasto nada para algo pequeno é o cúmulo da loucura. Viver espontaneamente não deixa tempo para pensar.

Isto é viver de verdade. A verdadeira quietude, a quietude sem que alguém tente ficar quieto, é o solvente no qual todo o condicionamento individual pode ser dissolvido. O que resta é uma neutralidade, uma aceitação do que é.

Os problemas não aparecem mais quando o criador dos problemas não participa mais do processo. Isto significa que a solução para todos os problemas é remover o criador de todos os problemas. Abandona tudo o que adquiriu e volta ao estado anterior à primeira aquisição.

Quem é você? Num único instante, ausente de todo pensamento, há a clara revelação de que nada está errado. O retorno dos pensamentos anuncia o retorno dos problemas.

Reconhecer as ilusões como ilusões é a saída da ilusão. A única coisa mais difícil do que procurar um grão de arroz numa pilha de palha é procurar na pilha errada. Onde você está procurando o que deseja encontrar?

Se você está olhando para fora, está olhando na pilha errada. O indivíduo deseja a libertação. Mas libertação de quê?

Liberdade da dor de ser um indivíduo. Você não consegue ver por que eu rio tanto? O que é, é, sempre foi e sempre será.

Não há nada que precise ser feito; Não há para onde ir; não há nada para conseguir. Clareza não é adicionar, é remover. Desistindo de pouco, pouco se ganha.

Ao abrir mão de muito, muito se ganha. Desistindo de tudo, você consegue tudo. A vida pulsa, tudo está acontecendo, mas não há ninguém a quem isso aconteça.

No silêncio, um olhar interior e sutil se abre e vê qual é a base que dá sustentação a todas as aparências. Toda experiência é transitória, mas a base da experiência é imóvel e permanente. Isto é mergulhar profundamente na raiz do ser.

No silêncio imperturbável, esta lucidez fundamental dá-se a conhecer. Aqueles que tiveram a compreensão sabem disso. Lan Xi buscou sabedoria.

Seu primeiro mestre lhe ensinou: “Você é a tela onde tudo aparece e desaparece”. Lan Xi não ficou satisfeito. Seu segundo mestre lhe ensinou: “Você é a tela onde tudo aparece e desaparece”.

Lan Xi não ficou satisfeito. Seu terceiro mestre lhe disse: “Primeiro você deve me servir por dez anos, depois eu te ensinarei”. E assim foi, durante dez anos Lan Xi serviu o mestre, limpando o esterco dos animais, varrendo o chão, preparando as refeições e lavando. as roupas.

Ao final dos dez anos, Lan Xi disse ao mestre: “Cumpri meu compromisso e agora estou pronto para receber seus ensinamentos”. “Muito bem”, respondeu o mestre: “Você é a tela onde tudo aparece e desaparece”. Com o tempo, o seu “eu” muda e desaparece.

Pergunte a si mesmo: ao longo desta vida, quantas identidades você teve? Onde eles estão agora? Quanto tempo você acredita que essa sua identidade atual pode durar?

Para onde ela vai quando terminar? Abaixo está o suporte; que é água para o barco; o que é o paraíso para Cloud. O que é conhecido é sustentado pelo desconhecido, que por sua vez é sustentado pelo incognoscível.

Ignorar isso é a loucura dos homens. O que nunca mudou, o que nunca mudará, é o terreno fértil a ser explorado. O que é permanente na transitoriedade?

Ao encontrar isso, a busca termina, o buscador termina. Tudo o que pode ser ganho pode ser perdido. O que não pode ser obtido é o que já está presente, aqui e agora.

Realinhe-se com isso e nada mais. Não é necessário analisar a escuridão para dissipá-la. Basta acender a luz da clareza e toda a escuridão desaparecerá.

Todas as coisas aparecem como realmente são para aqueles que não estão cegos pelo interesse próprio. A chuva está caindo. A grama está crescendo.

O corvo é corvo. Onde está o esforço nisso? A vontade de chegar a algum lugar, um destino para um eu acorrentado ao tempo, impede a percepção de que tudo o que existe está neste momento singular.

Aqui e agora. O mundo é conhecido através da mente, mas o sustento do mundo não pode ser conhecido através da mente, pois isso é anterior à mente. Quando há clareza, nunca há problemas.

Quando falta clareza, sempre há problemas. Uma vez que o entendimento esteja completo e claro, não há nada a fazer senão observar. Sem ninguém aqui e ninguém ali, tudo está como deveria ser.

Mas falar sobre comer não sacia a fome. Estas palavras apenas apontam para o restaurante. A solução para todos os problemas é ver quem os tem.

E o único que pode derrubar o muro é aquele que o construiu. Todos os dias, fique pelo menos um grama mais leve. O que torna um homem sábio?

Nada mais do que perceber a unidade que parece ser várias. Perceber através da aparência é tudo. A busca termina quando o peixe entende a futilidade de procurar o oceano.

A água não é mais úmida aqui do que ali. Não há necessidade de ir até lá para conseguir o que também está aqui. Quem persegue dois coelhos não pega nenhum.

O observador passa a vida inteira em conflito com o que é observado. Isto se resolve quando tanto o observador quanto o observado se dissolvem na observação. A principal função do homem é criar infelicidade para os outros.

Isto cessa quando se entende que não existem outros. Todo sofrimento é pessoal. Na ausência da pessoa, onde pode cair o sofrimento?

A paz está presente em todos os momentos. Remova a mortalha dos pensamentos. E onde não se pode encontrar a paz?

Pare de falar e pensar. Portanto, nada pode permanecer desconhecido. As crenças podem ser construídas como uma muralha.

A menos que a parede seja derrubada, o outro lado não poderá ser alcançado. Buscar as aparências é ignorar a fonte das aparências. A entrada para o desconhecido é estreita.

Só tem acesso quem abandona todo o conhecimento adquirido. O silêncio não é a ausência de som. O silêncio é a ausência do “eu”.

A compreensão é o fim do questionamento. Quem entende, se acalma. Minhas palavras não são importantes.

Preste atenção total ao silêncio. A realização do que existe só pode ser alcançada através da remoção de obstáculos. Não posso descrever o que é, só posso descrever o que não é.

A eliminação do que não é, esse é o grande desaprendizado. Não acrescente um único conceito, esvazie-se. Somente quando alguém também está vazio do vazio é que a plenitude pode se manifestar.

Essa roupa pesada, essa identidade pessoal que parece te proteger é apenas uma segunda pele, um degrau que te separa do infinito. Retire-o e vá além de toda necessidade de proteção. Não há necessidade de ir além da mente, ver através da mente.

É o bastante. Quando o verdadeiro vazio é encontrado cara a cara, tudo está perdido. O que mais alguém pode realizar quando, na verdade, não existe um realizador?

Quando esta noção de “indivíduo” se dissolve como gelo na água, verifica-se que nada é externo. Tudo está contido no unificado. Depois vem a liberdade, a liberdade disso e daquilo, a liberdade do sim e do não, a liberdade de ser o que você sempre foi, antes de ser alguém.

A clareza não pode ser apressada, ela já existe. São apenas os véus, as névoas do pensamento que tendem a obscurecê-lo. A eternidade está disponível a cada momento.

A realidade é sempre agora. Afaste-se de suas próprias preocupações e a eternidade se apresentará. Tudo o que sobe, cai.

A origem e o fim se encontram em um único ponto. O sábio chama isso de lar. O sábio não tem todas as respostas.

O sábio não tem mais perguntas. Tudo está se movendo na superfície da quietude. Confiar que o que o trouxe até aqui o levará até lá é o fim de todo esforço.

Quando você estava no útero, a natureza cuidou de você. Você não fez nada. Por que você acha que é diferente agora?

Rejeite o pensamento. Rejeite não pensar. Esta é a naturalidade em que o particular se torna universal.

O que sempre existiu é como uma bola sem costuras. Seu começo está em lugar nenhum e em toda parte. Seu final está em todo lugar e em lugar nenhum.

Você entende que isso não pode ser mostrado? O sonho dura tanto quanto o sonhador. O fim do último é o fim do primeiro.

O maior crime é negligenciar quem você realmente é para acreditar na história de quem você pensa que é. Essa preocupação com o seu drama pessoal é a nuvem que cobre o sol. Na unidade, tudo constitui o ser, não há quem veja e não há visão.

Isto é aquilo que não pode ser conhecido porque não há “outro” para conhecê-lo. Isto é aquilo que só pode ser encontrado, onde não há presença nem ausência. Existe um grande potencial em você.

Acenda seu fogo interior. Quanto maior for o fogo, mais rápido a água poderá ferver. Se você puder escolher entre mil peças de ouro ou compreensão completa, escolha as moedas de ouro e divirta-se.

Pois não há ninguém que possa desfrutar da compreensão absoluta. Você é incompreensível, como o espaço. Reconheça que é possível vivenciar diretamente essa presença em todos os momentos.

Aqui e agora. Estar presente e consciente não é um estado. É o alicerce sobre o qual todas as coisas se sustentam.

Procure e você encontrará o que nunca perdeu. Você é isso.

Trecho do livro: The Lost Writings of Wu Hsin.